o dia surge com a fúria do ouro
e ante ele
antenas conspiram a revolução
no seu entendimento de antenas
nascer e morrer já não é grande coisa –
sobra aguardar dos ligamentos o câncer
no tempo do tempo que resta
esta música de pedra:
esse eu
que habita um corpo
é menos que corpo
e recusa a ser feliz nesta cidade
e envelhece sem jamais ter sido jovem
ainda que as antenas sustentem elegâncias de inseto
contra a tarde
cardume metálico
no encardido das lajes